Chobits é
mais uma das histórias criadas pelo CLAMP (preciso mesmo de definição?) e seu
anime foi ao ar no ano de 2002 produzido pelo estúdioMadhouse. Como eu não
conheço o mangá, ficaremos apenas com o anime aqui. Nem me atreverei a comentar
qualquer coisa da obra original.
Hideki é um
cara que mora no interior e que vai prestar vestibular pela primeira vez mas
que não consegue passar. Ele resolve então partir para cidade para poder fazer
um cursinho pré-vestibular a fim de se preparar melhor. Mas na cidade ele acaba
encontrando um mundo totalmente novo do que estava acostumado. Na época em que
ele vive existem computadores tão avançados que acabaram ganhando forma humana.
São os chamados Persocon, existindo nos mais variados modelos e tamanhos. O
problema é que eles são muito caros e Hideki é um pobretão. Quando ele estava a
caminho do condomínio onde iria morar ele por acaso encontra um persocon, em formato
de mulher, em um amontoado de lixo e resolve leva-lo para casa (safadchenho).
Ele tenta de todas as formas fazer o persocon funcionar mas até ele achar o
botão de ligar... mas ele acha. O problema é que depois que ele liga, o
persocon simplesmente não faz nada, sendo que ele fica repetindo apenas uma
palavra “chi”. Eis então que o espertão resolve colocar o nome de Chii no
persocon. A partir daí, Hideki viria a ensinar as coisas do mundo a sua
persocon, ao mesmo tempo em que tenta estudar para o vestibular e trabalhar.
O anime tem
um inicio tranquilo, leve, mostrando o fato de Hideki, pobretão e ignorante em
tecnologia tentando lidar com uma máquina super avançada. Na relação entre ele
e Chii, podemos destacar a inocência de Hideki quando Chii sem querer deixa
cair a parte de cima da roupa, mexe nas revistas +18 de Hideki, e ele lidando
com a máquina como se ela fosse mesmo uma pessoa de verdade, uma menina.
Durante o
desenvolvimento da história outros personagens interessantes e outros nem tanto
vão aparecendo, sempre estando envolvido algum persocon. Nesta história, vemos
que os dramas dos personagens sempre tem alguma relação com seus persocons, ou
o persocon de alguém próximo. Neste ponto, é legal ressaltar o quanto isto é
importante para a série, pois é dessa forma, vendo o relacionamento de seus
amigos com seus persocns, que Hideki aprende um pouco mais sobre como deve lhe
dar com Chii, já que como os persocons tem forma humana, muitas vezes eles
acabam sendo bonito, o que pode ser um grande problema para algumas pessoas.
Muitas
pessoas consideram a série uma comédia romântica. Eu, como autor desta resenha,
não a considero, pois a medida que vamos assistindo-a percebemos a grande carga
dramática que existe em alguns “arcos” do anime. Drama mesmo, de trabalhar com
o lado psicológico dos personagens, sempre nessa questão do limite entre a
máquina (persocon) e o ser humano.
Acho que o
CLAMP quis mostrar isso ao colocar o computador com uma forma humana: até onde
vão os relacionamentos homem-maquina? O que é considerado exagero? A maquina
foi criada para ser melhor que o homem? São questões mesmo que são jogadas na
cara do telespectador para fazê-lo pensar um pouco. Talvez seja por isso que
não me agradou o final que o anime teve. Vou procurar ler o mangá original, quem sabe o final tenha sido melhor, pelo menos
para mim. Pra quem conhece a série fica aberto o espaço para uma provável
discussão nos comentários deste post.
De resto
temos tudo muito harmonioso: animação, trilha sonora, esta ultima nem tanto
pelo temas de abertura ou encerramento, mas pelo conjunto mesmo da série.
Aposto que o CLAMP sempre coloca um dedo nesse quesito pois tem um “quê” delas,
sabe? Me lembrei muito de xxxHolic, quando tocava aquelas musiquinhas fundo da
cenas.
Agora depois
que assisti a série, até mesmo enquanto a assistia, ficava olhando para o meu
computador e imaginando como seria trata-lo como se fosse um humano, dando lhe
um nome, roupas, manutenção de uma maneira geral. A Yuuko mesmo uma vez disse
ao Watanuki que as “coisas” ganham forçam quando possuem um nome. Fico
imaginando também se daqui a uns 30, 50 anos não existiram computadores com
forma humano, porque do jeito que as coisas estão caminhando, sei não.
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