[RESENHA] Mahou Shoujo Madoka Magica

Mais um anime que eu tenho que falar com cuidado para não ser bombardeado pelos hatters. Mas vamos lá. Puella Magi (Mahou Shoujo em latim) Madoka Magica é uma série japonesa que possui um anime produzido pelo estúdio Shaft com roteiro de Gen Urobuchi, direção de Akiyuki Shinbo, design de personagens de Ume Aoki e trilha sonora de Yuki Kajiura. O anime começou a ser exibido no dia 6 de janeiro de 2011.

 

O que é preciso para proteger quem se ama? Força? Determinação? Madoka sempre quis fazer algo mais pelas pessoas próximas mas não sabe de que forma pode fazer isso. Quando a garota que aparecia em seus sonhos se muda para sua classe, as coisas começam a tomar forma na sua vida de uma maneira que ela não imaginava. Agora ela precisa decidir de que lado ficará, pois qualquer decisão errada poderá lhe custar a vida, e aqui, a menina inocente deixa de ser tão frágil pra então buscar os objetivos que sempre almejou na sua vida.

Madoka Magica veio que digamos para desconstruir o gênero mahou shoujo (“garotas mágicas” como Sakura Card Captor, Guerreiras Mágicas de Rayearth e tantos outros). Nada vem de graça nessa vida, e o poder dessas menininhas também não. Mas o que é um Mahou Shoujo? De conhecimento prático, Mahou Shoujo é um anime onde garotas bonitinhas aliadas a um bichinho fofinho ganham poderes para enfrentar os monstros que atormentam a cidade. Madoka Magica bebe nessa fonte mas com um roteiro de Gen Urobochi (Psycho Pass) a coisa não pode ser tão simples assim.

O anime tem um visual mais escuro, os diálogos são mais pesados, e a sensação de vazio com os cenários enormes dão uma pontada de tristeza enquanto se assiste ao anime. Penso que isso sirva pra colocar o telespectador dentro do clima que a série pretende lançar e acaba conseguindo. Com muitos efeitos especiais dentro do mundo mágico, o anime consegue passar diversas emoções de uma forma muito natural, onde nada parece ser forçado. Aqui, morte e sobrevivência são dilemas constantes na vida de meninas que se veem obrigadas a aguentar todo este tormento, quase como perdendo sua inocência.

Madoka é uma garota que passa o anime inteiro se perguntando se quer ou não ser uma garota mágica. O poder tem um preço a ser pago e a partir do momento em que suas amigas vão se transformando e sofrendo com as lutas, Madoka fica ainda mais na dúvida se deve ou não se transformar e tudo isso muda a partir de certo momento quando um fato é revelado a todas as garotas mágicas, mas isso aí já é mais para o final.

As musicas do anime são embaladas com uma abertura que, pra quem assiste isolada, da pra enganar, já que aparenta ser mais um típico mahou shoujo. O encerramento não apresenta nada de novo ou excepcional, apenas uma musica mais melódica que combina com o climax criado em cada final de episódio. A trilha sonora de alguma forma é bem exata, já que toca apenas nos momentos certos. Há alguns momentos em que o silêncio das cenas nos convida a entrar no mundo de Madoka para sofrermos junto com a protagonista todo aquele terror.

Mostrando um filosofia já presente em muitos animes e até mesmo na própria vida real, de que nada vem de graça, o anime discute de uma forma mais ‘realista’ sobre o que é mais importante para gente e se o estamos dispostos a pagar tal preço. Não quero dizer aqui que devemos nos sacrificar sempre por aquilo que almejamos. Penso que só devemos fazer se o esforço realmente valer a pena. Muitos acham que Madoka enrolou demais para tomar sua decisão mas penso que isso foi preciso para entrarmos dentro da cabeça da personagem, nos sentirmos como ela, afinal tantas vezes nos pegamos pensando por tanto tempo em uma decisão que devemos tomar e ainda assim não termos a completa certeza.

Madoka marcou uma era nos animes e até hoje ainda é lembrando como um grande anime e que, eventualmente, acaba se tornando um clássico por todo o conjunto como é trabalhado, estando presente em qualquer lista do tipo “animes para assistir antes de morrer”. O anime não é tão antigo mas com certeza marcou uma 'poca para quem teve a oportunidade de assistir na época do lançamento. Mesmo para quem não acompanhou semanalmente era possível encontrar no universo de blogs/sites de anime todo um burburinho a cada episódio.

@cahdal